sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA - I

            Eu estava convencida de que assim que começasse a ter aulas de Psicologia iria poder sair por aí a armar-me em psicóloga. Imaginava-me a meter o nariz em todas as conversas para fornecer explicações preciosas, e a ser encarada como conselheira sentimental por todos os meus amigos e conhecidos que me viriam certamente falar sobre os seus problemas. E, claro, eu pacientemente os ouviria.
            De facto, agora que penso nisso, esta perspetiva é até bastante cómica.
Não é uma coisa que faça muitas vezes, mas dei-me ao trabalho de folhear o meu manual e perdi logo todo o interesse quando, no lugar de textos que interpretassem objetivamente comportamentos e atitudes, encontrei textos acerca da formação do ser humano e das suas relações com os outros.
Bem, já se passou algum tempo, e posso dizer que a minha opinião acerca da psicologia e da sua importância mudou bastante.
É que, como diz o povo, não se pode “pôr a carroça à frente dos bois” e para chegar à tão ansiada compreensão do “bicho Homem”, é necessário entender primeiro como cada um de nós se forma biológica, social e culturalmente, porque, no fundo, é tudo isso combinado que irá determinar aquilo que somos e aquilo que nos distingue uns dos outros.
Eu queria compreender os outros, porque o Homem é um ser cuja complexidade, simplesmente, foge à minha compreensão. O mais irónico é que ainda nem vou a meio do caminho nesta estrada da Psicologia, e acabei por me compreender a mim própria e às minhas atitudes. Tomei como exemplo muito de mim e apliquei naquilo que apreendi e percebi que a tal “complexidade” que imaginava é 1000 vezes mais complexa, dá mais 854 voltas e mais 366 nós sobre aquilo que é, no fundo, o ser humano.
Agora, sei muito de mim. Quanto aos outros, permanecem ainda uma incógnita.


                                                                                                     Mara Sousa, n.º 12, 12.º C

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